terça-feira, 15 de novembro de 2016

ILHA TERCEIRA, AÇORES 31-JANEIRO-1968


A 31 de Janeiro de 1968, Serafim Vieira Sebastião, de 36 anos, natural da Ribeira Grande, Açores, encontrava-se de guarda às instalações militares "Azores Air Station" , que servia de paiol de munições, no lugar do Cabrito, Cinco Picos, ilha da Terceira, Açores, a ouvir o relato de futebol entre o Setúbal e o Sporting, quando, de repente, "o transistor deixou de se ouvir".

Conforme declarou a testemunha, "não se ouvia nada, nem música, nem relato de futebol" tendo de desligar o aparelho isto cerca das 9 horas locais. Repentinemente sentiu um "zumbido". Saíu para fora do paiol vendo um "veículo", do lado esquerdo do posto onde se encontrava; "era um objecto estranho a aproximar-se do paiol" adiantou. Regressou ao paiol e chamou a atenção, por telefone,aos seus superiores comunicando que o estranho objecto estava a proximar-se daquele local. Saíu do paiol para confirmar a observação.

E acrescentou: "uma grandecíssima claridade entrou pela janela dentro; claridade essa que era muito forte, de uma luz clara e pedi que viessem quanto antes para cima e tornei a desligar o telefone. Saí novamente e vi aquela grandecíssima claridade. Quando olhei para o lado esquerdo, é que vi que aquele projector estava parado sobre o posto de munições à face do paiol. Entrei novamente e fui buscar um "foco" (lanterna). Quando cheguei ao exterior, vi que aquela claridade incidia directamente sobre os paiois. Aquela luminusidade saía de um veículo oval, de aspecto metálico, que culminava numa torre de vidro, com peduena balustrada a que se encostavam dois seres.Este objecto devia de ter aí uns 6 metros de comprimento e 3 de altura e não era nem avião, balão ou helicóptero No meio daquela luminisodade vi
quatro homens
: dois dentro e dois fora.
Os que estavam dentro mexiam-se bem, como que estando à secretária a tratar de qualquer coisa. Os que estavam do lado de fora, encontravam-se ao pé de uma espécie de corrimão. Se quizessem, podiam passar por cima do corrimão e saltar para o paiol. Não vi ouvidos; não vi as caras. Quando me aproximei mais, à face do paiol, senti
um zumbido exactamente como se fosse um enxame de abelhas ;
projectei o foco (lanterna) mas não vi nada, nem letras nem nada naquilo. Apenas vi que os homens tinham uma viseira com um pouco de vidro e que a côr do facto era uma côr de chumbo Assim que acendi o foco para eles aquilo moveu-se muito rapidamente, tendo emitido na minha direcção
uma projecção de luz nuito forte
, que tive de tapar a cara. Logo a seguir senti uma coisa estranha, como que uma poeira. Caí e não me recordo de mais nada".


Serafim Vieira, deu entrada no hospital regional cerca da uma hora da madrugada, tendo sido socorrido pelos Drs. Ferreira Gomes e Hélio Flores. Encontrava-se em estado de choque de origem psicossomática; não falava, e ouvia muito mal. Às três da madrugada começou a balbuciar algumas palavras; às dez da manhã foi-lhe dada alta no Hospital Regional de Angra seguindo para o aeroporto das Lajes, escoltado pela Polícia a fim de ser submetido a um inquérito oficial. feito pelas entidades aeronauticas de Portugal e Estados Unidos.


Porém, a justificação oficial "cabal e satisfatória" não tardou. Segundo as entidades competentes Serafim Vieira teria testemunhado um
"
balão-sonda (?),
que ao encontrar um campo electrico de alta tensão o balão teria provocado determinado fenómeno que teria assombrado o guarda "
(sic.). Mas o que as entidades "competentes" esqueceram-se de informar, foi que, naquele local,
não passavam cabos de alta tensão
, mas sim cabos telefónicos; que os serviços de rádio-sonda lançaram um balão às 22 horas e que a ascenção foi perfeitamente controlada, a fim de transmitir a temperatura, ventos e humidade em altitude, tendo-se desintegrado a 126.000 pés, 1 hora e 50 minutos após o lançamento,
nunca tendo perdido altitude
, ou desviado anormalmente a sua trajectória; que o balão tomou rumo de 50º correspondente ao vento predominante, e não 100º em direcção a Cabrito, local onde se encontrava Serafim Vieira; que o balão sonda utilizava uma lâmpada electrica de 1,5 volts, incapaz de encadear a testemunha.


© e Investigação de J. Garrido/CEAFI

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